Vamos falar um pouco de Fake News. O termo cresceu junto com a facilidade que temos em publicar conteúdos na internet e compartilhá-los. Basta escrever e publicar, e uma informação pode ser compartilhada por milhões de pessoas no mundo digital.
De 21 de janeiro a 12 de março de 2020, o Ministério da Saúde recebeu 9.900 mensagens para checar informações sobre o coronavírus. Dessas, apenas 495 eram verdadeiras e 8.910 eram Fake News. Não é à toa: informação falsa se espalha 70% mais rápido do que a verdadeira, segundo o Massachussetts Institute of Technology (MIT).
E agora, como saber se o que estou lendo é real?
Cuidado com a “infodemia”.
Mais uma palavra? A infodemia nada mais é que uma “epidemia de informações”. Ocorre quando se acessa a uma quantia abundante de notícias sobre um tema alarmante (pandemias, catástrofes, previsões, entre outros). Isso gera medo, ansiedade, pânico e angústia no indivíduo e na população, o que, consequentemente, pode agravar ainda mais o cenário atual que estamos vivendo.
Essa complicação preocupa os especialistas e autoridades, pois o medo e o pânico coletivo podem fazer com que as pessoas não creiam no que leem. E as dúvidas ficam no ar: faço quarentena ou distanciamento social? Saio para comprar cloroquina ou melhoro minha alimentação? A máscara projete o outro apenas se eu tiver algum sintoma? E por aí vai.
Não consuma nenhum conteúdo sem ter a certeza de que é verdadeiro.
Mas como saber? A maioria dos veículos de comunicação já faz uma verificação antes de publicar qualquer informação. Então, prefira consumir conteúdo de veículos confiáveis.
Consideradas vilãs na disseminação de Fake News, as grandes redes sociais também estão fazendo seu papel. O Facebook, por exemplo, criou o projeto fact-checking e tem parceria em 14 países para a checagem de notícias com 25 organizações, tudo isso para impedir a disseminação de notícias falsas.
Existem empresas em todo o mundo que agem contra as notícias falsas em meio à infodemia. Veja alguns exemplos:
- No site coronaverificado.news você consegue verificar checagens de conteúdos postados sobre coronavírus no mundo todo (incluindo o Brasil) em tempo real.
- A Agência Lupa (lupa.news) é reconhecida como uma das maiores agências de checagem de notícias do país.
- O Projeto Comprova também foi criado para a checagem de notícias (projetocomprova.com.br) e não tem fins lucrativos.
- Para notícias internacionais, existem plataformas como o Chequeado (chequeado.com), na Argentina, e o PolitiFact (politifact.com), nos EUA.
Fake News se espalham mais rápido!
Estudos mostram que as Fake News geralmente são mais sensacionalistas e chocantes do que as notícias verdadeiras. Elas se espalham muito mais rapidamente na Internet por causa da maneira como as redes sociais priorizam a “viralidade”.
“As notícias políticas falsas se espalham mais, atingem mais pessoas e se tornam mais virais do que qualquer outra categoria de informação”, aponta um relatório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Os pesquisadores do MIT analisaram 126 mil boatos, que chegaram a três milhões de pessoas, e descobriram que as notícias falsas atingem um número maior de pessoas do que as_re reais.
“Descobrimos que as notícias verdadeiras levaram seis vezes mais tempo para atingir um público de 1.500 pessoas do que as falsas”, explicam os pesquisadores.
Faça sua parte!
A responsabilidade é de todos. Os veículos de comunicação precisam estancar a produção de notícias falsas. As marcas precisam se posicionar oficialmente perante qualquer inverdade que as envolva, seja por meio dos canais de comunicação que utilizam ou até de influenciadores relacionados a elas.
As redes sociais precisam continuar criando formas de inibir a propagação dessas notícias falsas em grande escala. Os órgãos públicos precisam fiscalizar e punir os responsáveis pelas Fake News. E nós, usuários, precisamos ter senso crítico para identificar os conteúdos que chegam até nós e contestá-los.
Evite notícias ou matérias sensacionalistas que não tenham fontes confiáveis. Ao receber mensagens ou matérias suspeitas em grupos de WhatsApp, procure sempre verificar a fonte, o site de origem. É um site ou mídia confiável?
Se você gostou do que leu, gaste mais alguns segundos indo atrás da fonte daquele conteúdo antes de compartilhá-lo. Ajudar a combater a Fake News é um papel de cada cidadão.
Por Camilla Covello, Diretora Executiva e Fundadora da C2L | Communication to Lead
Sobre o autor: Camilla Covello é publicitária, especialista em comunicação e marketing de saúde e setores complexos, com MBA em Gestão de Saúde na Philadelphia University. É fundadora e diretora-executiva da C2L | Communication to Lead. https://www.linkedin.com/in/camillacovello/
***Este conteúdo também está disponível no site da iniciartiva “Todos Contra o COVID-19”. https://www.todoscontracovid19.com.br/
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